Pesquisadores liderados por Amy Huei-Yi Lee, bióloga de sistemas da Universidade Simon Fraser(universidade pública canadense localizada na província da Colúmbia Britânica), lançaram o ambicioso Human Immunoma Project (HIP) em 2020, com o objectivo de prever a eficácia da vacina contra hepatite B em diferentes indivíduos. O estudo inicial da diversidade Imunológica revelou que dados do sistema imunológico, como a abundância de proteínas e padrões de actividade genética, podem predizer a resposta à vacina em cerca de 10% das pessoas.
O HIP, financiado por um consórcio internacional, pretende ser a maior e mais abrangente base de dados imunológica do mundo. Planeja investigar milhares de variáveis imunológicas em amostras de sangue e tecidos de centenas de milhares de voluntários em todo o mundo. O projecto, com um financiamento anual de cerca de US$ 5 milhões, visa entender as diferenças do sistema imunitário, influenciando as respostas a vacinas e medicamentos, bem como a vulnerabilidade a doenças.
Além disso, o HIP utilizará os dados para desenvolver modelos de inteligência artificial (IA) que preverão resposta imunológica em populações inteiras. Esses modelos poderiam beneficiar não apenas empresas farmacêuticas e governos, mas também médicos e pacientes, proporcionando uma compreensão mais profunda das respostas do sistema imunológico.
No entanto, alguns cientistas questionam o papel da IA nesse contexto, sugerindo que o conhecimento adquirido sem IA pode ser suficiente. O HIP pretende abordar a falta de medidas imunológicas padronizadas e a necessidade de diversidade nos estudos, planejando até 300 locais de Colecta em todo o mundo. A iniciativa busca incluir até 10 mil pessoas, representando diversas idades, status de saúde e condições médicas.
Embora as ambições do HIP enfrentem cepticismo e desafios, como a angariação de fundos e garantia de padrões consistentes em locais distantes, os pesquisadores estão optimistas sobre o potencial impacto global do projecto da diversidade Imunológica. O HIP prevê começar a colecta global de dados em 2027, contribuindo significativamente para a compreensão da variação e diversidade imunológica humana e, assim, impulsionando avanços na prevenção e tratamento de doenças.
