Cientistas brasileiros da Universidade Estadual Paulista (Unesp) realizaram uma descoberta inovadora que promete solucionar a contaminação da água por um conhecido veneno agrícola, o glifosato. Utilizando resíduos de cana-de-açúcar, os pesquisadores desenvolveram um método para purificar a água contaminada, contribuindo para a preservação da saúde humana e ambiental.

O glifosato é um herbicida amplamente utilizado na agricultura para eliminar plantas indesejadas, porém seu uso tem levantado preocupações devido aos possíveis riscos à saúde, incluindo um aumento no risco de câncer. Com o objectivo de combater essa contaminação, a equipe de pesquisa explorou uma solução inusitada: as fibras de celulose presentes no bagaço de cana-de-açúcar.

O método consiste em utilizar as fibras de celulose do bagaço para “capturar” as moléculas de glifosato presentes na água contaminada. Por meio de processos simples como filtração, decantação ou centrifugação, as fibras modificadas removem eficazmente o contaminante da água. Essa abordagem oferece uma alternativa sustentável para lidar com a contaminação da água, reciclando um subproduto agrícola.

Para tornar essa abordagem eficaz, os pesquisadores isolaram as fibras de celulose do bagaço e as trataram para adquirirem uma “carga positiva”. Isso permitiu que as fibras interagissem e retivessem as moléculas de glifosato, promovendo a purificação da água.

Nos testes realizados em laboratório, o método mostrou-se promissor. A água contaminada com glifosato foi misturada com as fibras de celulose por 24 horas, posteriormente aquecida e resfriada para avaliar a eficiência da remoção do contaminante. Os resultados foram positivos, indicando que as fibras de celulose conseguiram efectivamente capturar o glifosato.

Essa descoberta é de grande relevância para enfrentar os desafios da contaminação da água por pesticidas. Além disso, abre caminho para a utilização de resíduos agrícolas de forma sustentável, contribuindo para a preservação do meio ambiente. A pesquisa destaca a importância de soluções inovadoras e colaborativas para enfrentar os problemas actuais de contaminação e saúde pública.

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