Universidades instadas a aderir a esquema anti assédio sexual

0
36
Organizações de todo o mundo estão a começar a partilhar informações sobre casos anteriores de assédio sexual, mas as instituições académicas ainda não adoptaram esta prática. Crédito: Pawel Libera/LightRocket via Getty
Organizações de todo o mundo estão a começar a partilhar informações sobre casos anteriores de assédio sexual, mas as instituições académicas ainda não adoptaram esta prática. Crédito: Pawel Libera/LightRocket via Getty

Um grupo de defesa, conhecido como Grupo 1752, está a apelar às universidades do Reino Unido para adoptarem um esquema de compartilhamento de informações chamado Misconduct Disclosure Scheme (MDS). Este esquema tem como objectivo tornar mais difícil para os perpetradores de assédio sexual esconderem seu histórico de má conduta ao mudarem de emprego.

O problema do assédio sexual nas universidades é uma questão antiga e persistente. Muitas vezes, as conclusões das investigações sobre má conduta são mantidas em sigilo, permitindo que os assediadores passem impunes e se mudem para outras instituições sem revelar seu comportamento passado. O MDS, lançado em 2019 e financiado pelo governo do Reino Unido, visa facilitar o compartilhamento de informações entre organizações, permitindo que potenciais empregadores obtenham informações sobre o histórico de má conduta de um candidato.

A adesão ao MDS ainda não é generalizada no ensino superior, mas defensores argumentam que isso poderia criar uma cultura de transparência e responsabilidade em relação ao assédio sexual. No entanto, questões como privacidade e receio de retaliação ainda são preocupações, e muitas instituições podem relutar em adoptar esse esquema.

Enquanto isso, pesquisas mostram que o assédio sexual é um problema generalizado no meio académico, com mais de 40% dos estudantes no Reino Unido a relatarem experiências de comportamento sexualizado por parte dos funcionários. A falta de transparência e responsabilização permite que os assediadores continuem seu comportamento prejudicial, muitas vezes se movendo entre instituições sem consequências.

Embora a adesão ao MDS seja uma decisão de cada universidade individualmente, o problema do assédio sexual está a receber maior atenção, e os órgãos reguladores estão a considerar novas medidas para lidar com esse problema. A introdução de requisitos regulatórios mais rigorosos pode ajudar a enfrentar essa questão de forma mais eficaz, criando um ambiente mais seguro e justo para todos os envolvidos.

Combater o assédio sexual nas universidades requer uma abordagem abrangente que envolva a colaboração de todas as partes interessadas, incluindo universidades, órgãos reguladores e grupos de defesa. A adopção do MDS pode ser um passo importante na direcção certa, mas ainda há muito a ser feito para garantir que todas as vítimas de assédio sexual sejam ouvidas e que os perpetradores sejam responsabilizados por suas acções.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here