A engenheira de materiais brasileira, Geovana Lira Santana, fez uma descoberta revolucionária durante seu mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) no Brasil. Inspirada por um novo material, o F18, um vidro bioactivo com notáveis propriedades de regeneração óssea, ela viu uma oportunidade única de unir sua paixão pela ciência ao combate ao cancro dos ossos.
Juntamente com o Laboratório de Materiais Vítreos (LaMaV) e o Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da UFSCar, Geovana Lira Santana, concentrou seus esforços em desenvolver um compósito que combinasse as vantagens do F18 com partículas magnéticas, visando tratar o cancro dos ossos.
Os resultados foram impressionantes: o compósito criado pela equipe mostrou-se extremamente promissor no tratamento do cancro dos ossos, especialmente em casos de metástases(processo em que células cancerígenas se espalham a partir do tumor original para outras partes do corpo, formando novos tumores em órgãos distantes). As partículas magnéticas do compósito aqueceram a uma temperatura próxima à ideal para o tratamento do tumor, evitando danos às células saudáveis próximas ao tumor.
Outra vantagem significativa do novo material foi sua capacidade bactericida, reduzindo o risco de infecções pós-operatórias, o que é um desafio comum em tratamentos desse tipo.
A pesquisa liderada por Santana é a continuação de um projecto que começou em 1977, quando o engenheiro de materiais Edgar Dutra Zanotto fundou o LaMaV e iniciou a exploração do potencial dos vidros bioactivos no Brasil. Ao longo dos anos, a Universidade Federal de São Carlos continuou no desenvolvimento de materiais inovadores e revolucionários para aplicações médicas.
Embora o compósito com partículas magnéticas ainda esteja em fase de testes, a startup Vetra, incubada no Parque de Inovação Tecnológica de Ribeirão Preto (Supera) Brasil, já demonstrou interesse na comercialização do vidro bioactivo com partículas magnéticas. A perspectiva de tratar o cancro de maneira menos invasiva e preservar a estrutura óssea representa uma esperança renovada para pacientes afectados por essa doença devastadora.
Essa pesquisa demonstra o potencial da ciência e da colaboração multidisciplinar para superar desafios médicos importantes e oferecer novas soluções para problemas de saúde complexos, abrindo caminho para futuros tratamentos promissores em oncologia e outras áreas médicas.
