Japão ativa o maior reator de fusão do mundo

O progresso na busca por energia de fusão atingiu um marco significativo na semana passada com a ativação do JT-60SA, o maior reator de fusão do mundo. Este reator japonês utiliza campos magnéticos de bobinas supercondutoras para conter um plasma extremamente quente de gás ionizado, com o objetivo de induzir a fusão de núcleos de hidrogênio e liberar energia. O JT-60SA foi projetado para manter um plasma a uma temperatura de 200 milhões de graus Celsius por aproximadamente 100 segundos, um avanço significativo em relação aos reatores de fusão anteriores.

A ativação do JT-60SA é um marco que demonstra que a máquina está cumprindo sua função básica, segundo Sam Davis, gestor de projetos da Fusion for Energy, uma organização da União Europeia que trabalha com os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia Quântica (QST) do Japão neste projeto. No entanto, ainda serão necessários mais dois anos para que o reator produza plasmas duradouros necessários para experimentos significativos.

Além de seu papel na pesquisa de fusão, o JT-60SA também contribuirá para o ITER, um grande reator de fusão internacional em construção na França. O ITER tem como objetivo demonstrar que a fusão nuclear pode gerar mais energia do que a necessária para seu funcionamento. O JT-60SA fornecerá tecnologias e conhecimentos operacionais que serão testados no ITER.

O Japão recebeu o JT-60SA como parte de um acordo de 2007 com a União Europeia, após concordar em permitir que o ITER fosse construído na França. O reator JT-60 original do Japão foi modernizado e reconstruído para acomodar o JT-60SA.

Embora o JT-60SA tenha enfrentado atrasos significativos em seu cronograma, a ativação do reator representa um passo importante no caminho em direção à energia de fusão prática. A pesquisa de fusão continua a atrair investimentos significativos, incluindo financiamento privado, e o Japão também planeja construir a DEMO, uma central elétrica de demonstração de fusão, até 2050. Este projeto visa ser um trampolim da pesquisa no JT-60SA e no ITER em direção à produção comercial de energia de fusão. Embora haja competição no campo da fusão, a concorrência também abre portas para colaboração e novas ideias na busca por uma fonte de energia mais limpa e sustentável.

Mais informações:https://www.science.org/content/article/first-plasma-fired-world-s-largest-fusion-reactor

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