As esponjas de cozinha, itens comuns em praticamente todas as casas, podem ser um verdadeiro “paraíso” para as bactérias, conforme revela um estudo recente publicado na Nature Chemical Biology. O estudo mostrou que as esponjas oferecem uma variedade de microambientes que favorecem a proliferação de diversas espécies de bactérias, tanto as inofensivas quanto as potencialmente perigosas. Segundo os pesquisadores, a estrutura porosa das esponjas, com cavidades de diferentes tamanhos, cria um habitat perfeito para as bactérias se instalarem e se multiplicarem.

 

O estudo constatou que uma esponja de cozinha pode conter até 54 mil milhões de bactérias por centímetro cúbico, devido à combinação ideal de furos grandes e pequenos. Estes espaços permitem que as bactérias formem pequenas colônias isoladas, onde podem sobreviver e prosperar sem interferência umas com as outras. Embora muitas dessas bactérias sejam inofensivas, algumas podem representar um risco à saúde. A Salmonella, por exemplo, é uma das bactérias que pode encontrar na esponja de cozinha o ambiente ideal para sobreviver e, se for transferida para alimentos ou superfícies, pode causar graves intoxicações alimentares.

 

Os cientistas explicam que o design das esponjas imita os ambientes que favorecem a biodiversidade microbiana, como o solo e a pele humana. No entanto, ao contrário desses ambientes naturais, uma esponja de cozinha é constantemente exposta a resíduos alimentares e água, criando uma situação ideal para a proliferação bacteriana.

 

Como resultado, os especialistas sugerem alternativas mais seguras para a limpeza, como o uso de escovas, que são mais fáceis de secar e, portanto, menos propensas a abrigar bactérias. Outra solução é higienizar frequentemente as esponjas, seja fervendo-as ou colocando-as no micro-ondas, embora, mesmo com esses cuidados, o estudo aponte que o risco de contaminação persiste.