O mpox, anteriormente conhecido como varíola dos macacos, é uma doença viral causada pelo vírus da varíola dos macacos, que pertence à mesma família do vírus da varíola. Embora o mpox tenha sido inicialmente identificado em macacos, ele também pode infectar humanos e outros animais.

A doença é caracterizada por febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, inchaço dos gânglios linfáticos e uma erupção cutânea que progride por diferentes estágios até formar crostas. A infecção pode durar de duas a quatro semanas e, embora muitos casos sejam leves, a doença pode ser grave e até fatal em alguns casos.

A Situação Actual: Um Surto Global Emergente

Recentemente, o mpox emergiu como uma preocupação global significativa. Um novo tipo de mpox foi identificado na República Democrática do Congo (RDC) e se espalhou para outros países africanos, levando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (PHEIC). Este é o nível mais alto de alerta que a OMS pode emitir, destacando a gravidade da situação.

Até o momento, mais de 15.600 casos e 537 mortes foram relatados, sendo que a RDC responde por cerca de 96% dos casos. A disseminação deste novo clado de mpox no leste da RDC e em vários países vizinhos preocupa autoridades de saúde, especialmente porque a Suécia também confirmou seu primeiro caso, sugerindo que a propagação do vírus pode ser mais ampla do que se imaginava.

O Desafio das Vacinas e Tratamentos

Uma das principais dificuldades no combate ao mpox é a disponibilidade limitada de vacinas e tratamentos. Embora a OMS esteja considerando duas vacinas para uso emergencial, as aprovações regulatórias até agora foram emitidas apenas pela RDC e Nigéria. A África enfrenta uma escassez significativa de vacinas, com uma necessidade estimada de 10 milhões de doses, mas com apenas 200.000 doses disponíveis. A Gavi, a Vaccine Alliance, está buscando acelerar a aquisição de vacinas e estabelecer um estoque para apoiar a resposta ao surto.

As Populações Mais Afectadas 

O surto atual do mpox afecta uma ampla gama de populações. Na RDC, profissionais do sexo e crianças estão entre os mais afetados, enquanto na África do Sul, pessoas vivendo com HIV também são altamente vulneráveis. A situação é agravada pela falta de recursos para testes e vigilância adequados, o que dificulta a contenção do surto.

 

 

Especialistas em saúde pública expressam preocupações sobre a resposta lenta ao surto de mpox, especialmente na África, onde as taxas de infecção aumentaram em 20% em junho, mesmo quando os casos globais caíram. O Africa CDC declarou sua primeira Emergência de Saúde Pública de Segurança Continental para o mpox, destacando a necessidade urgente de uma resposta coordenada e bem-dotada.

O Caminho a Seguir

 

A declaração da OMS de que o surto de mpox é uma emergência de saúde pública sublinha a necessidade de uma mobilização rápida de recursos, incluindo diagnósticos, vacinas e profissionais de saúde treinados. A comunidade global deve agir com solidariedade, reconhecendo que um surto em uma região pode rapidamente se tornar uma crise global.

 

Os desafios de saúde pública na África, incluindo a alta prevalência de HIV e desnutrição infantil, exacerbam o impacto do mpox e outras doenças emergentes. É crucial que os governos africanos e a comunidade internacional trabalhem juntos para fortalecer os sistemas de saúde e garantir que recursos estejam disponíveis para combater futuras ameaças à saúde.

O mpox é uma ameaça crescente à saúde global, e a resposta a essa crise deve ser rápida e eficaz. Com vacinas limitadas e um surto que já afetou milhares, a necessidade de ação coordenada nunca foi tão urgente. Ao melhorar a vigilância, expandir o acesso a vacinas e fortalecer os sistemas de saúde, o mundo pode estar mais bem preparado para enfrentar o mpox e outras pandemias emergentes.