Matemáticos Descobrem Nova Classe de Formas geométricas

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Uma equipa internacional de matemáticos anunciou recentemente a descoberta de uma nova classe de formas geométricas chamada soft cells (ou “células suaves”), que se revelam fundamentais para entender padrões encontrados em sistemas biológicos e naturais. A pesquisa, liderada por académicos da Universidade de Oxford e do Instituto de Tecnologia de Budapeste, foi publicada na revista PNAS Nexus.

 

As soft cells distinguem-se por terem bordas curvas e um número mínimo de ângulos agudos em suas arestas. Em duas dimensões, apresentam apenas dois pontos com ângulos extremamente estreitos, enquanto as versões tridimensionais, chamadas de z-cells, são ainda mais singulares, não possuindo cantos afiados. Estas formas podem ser usadas para preencher superfícies ou volumes sem deixar espaços vazios, imitando padrões vistos na natureza.

 

A descoberta explica como estruturas naturais, como as câmaras internas de conchas de nautilus ou a formação de tecidos musculares, utilizam geometrias que evitam arestas rígidas. Além disso, os investigadores observaram que a arquitectura moderna, exemplificada pelo trabalho de Zaha Hadid, já vinha explorando intuitivamente conceitos similares ao projetar edifícios sem cantos abruptos.

 

A relevância desta descoberta transcende a matemática, abrindo novas perspectivas para a biologia. As soft cells podem ajudar a compreender fenómenos como o crescimento celular e os padrões de expansão de organismos como fungos e algas. Este avanço também fornece um modelo geométrico mais realista do que os tradicionais polígonos regulares, que frequentemente não correspondem às formas encontradas nos sistemas vivos.

 

Além disso, a equipa desenvolveu um algoritmo capaz de transformar formas geométricas convencionais em versões soft cells, mantendo suas propriedades fundamentais enquanto suavizam suas arestas. Este método pode revolucionar áreas que vão desde a modelação de tecidos biológicos até a arquitectura futurista.

 

A descoberta ilustra mais uma vez como a matemática pode revelar os segredos escondidos na natureza, oferecendo novas ferramentas para interpretar o mundo à nossa volta e explorar soluções em múltiplos campos do conhecimento.