O Ministério da Saúde de Angola confirmou ontem, em Luanda, o primeiro caso de Mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos). A paciente, uma mulher de 28 anos, de nacionalidade congolesa, encontra-se isolada no Centro Especializado de Tratamento de Endemias e Pandemias (CETEP), onde também estão os seus contactos próximos.
A Mpox, causada por um vírus da mesma família da varíola humana, foi historicamente associada a áreas florestais da África Central e Ocidental. Contudo, nos últimos anos, surtos inesperados em regiões não endémicas, incluindo Europa, América e Ásia, alertaram a comunidade internacional. Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, reforçando a necessidade de acções coordenadas para a sua contenção.
Em Angola, as autoridades sanitárias mobilizaram uma resposta rápida ao caso confirmado. Entre as medidas tomadas estão a desinfecção de áreas contaminadas, o rastreamento de contactos e uma investigação epidemiológica aprofundada. Estas iniciativas visam evitar a propagação do vírus e assegurar a protecção da saúde pública.
Mpox: Sintomas, Transmissão e Impacto
A Mpox apresenta sintomas iniciais semelhantes aos de outras viroses, como febre, dores de cabeça, musculares e articulares, além de aumento dos gânglios linfáticos. O sinal mais característico, no entanto, são as lesões cutâneas, que podem evoluir para bolhas ou crostas. O período de incubação varia de 5 a 21 dias.
A transmissão ocorre por contacto próximo com lesões da pele, secreções respiratórias ou objectos contaminados. Embora a doença não seja tão contagiosa quanto outras infecções virais, como a Covid-19, pode causar complicações graves em pessoas com imunidade comprometida, crianças e grávidas.
Medidas de Prevenção Reforçadas em Angola
O Ministério da Saúde recomenda à população a adopção de práticas rigorosas de higiene e prevenção:
1. Higiene das mãos: Lavar frequentemente com água e sabão e usar desinfectantes.
2. Evitar contacto próximo: Distanciar-se de pessoas com sintomas, como erupções cutâneas ou febre, e evitar partilhar objectos pessoais.
3. Uso de protecções individuais: Utilizar máscaras e luvas em casos de contacto com pessoas suspeitas ou confirmadas com Mpox.
4. Busca por assistência médica: Procurar imediatamente uma unidade de saúde ao apresentar sintomas compatíveis com a doença.
Panorama Global e Estratégias de Contenção
No cenário global, países têm adoptado medidas específicas para controlar a disseminação da Mpox. Campanhas de vacinação foram realizadas em locais como Estados Unidos, Reino Unido e Brasil, direccionadas especialmente a grupos de maior risco. Entretanto, o acesso desigual a vacinas e tratamentos representa um desafio significativo, especialmente nas regiões africanas.
Desde o início de 2024, a OMS tem alertado para a importância de vigilância epidemiológica contínua e da educação comunitária sobre a doença. Estas acções são fundamentais para reduzir o estigma associado à Mpox e garantir que os surtos sejam controlados rapidamente.
Compromisso de Angola
Com a confirmação do caso em Luanda, Angola junta-se à lista de países que enfrentam os desafios impostos pela Mpox. O Ministério da Saúde reafirma o compromisso de proteger a saúde da população e manter a transparência na comunicação sobre a situação epidemiológica.
A colaboração da sociedade é essencial. Casos suspeitos devem ser reportados às unidades de saúde locais, e as medidas preventivas devem ser seguidas rigorosamente.
Jornal da Ciência – Informar para Proteger.