Um estudo recente revelou que pesquisadores de pós-doutorado em instituições dos Estados Unidos que trabalham com vistos temporários enfrentam desigualdades salariais e de suporte de carreira em comparação com cidadãos e residentes permanentes. A pesquisa analisou dados de uma sondagem realizada em 2017, que incluiu 2.800 pós-doutores, muitos dos quais obtiveram os seus doutorados no exterior.

Os resultados indicaram que os pós-doutorados com vistos temporários ganham, em média, 7% a menos do que os seus colegas americanos. Essa diferença salarial ocorre mesmo considerando que esses pesquisadores demonstram uma produtividade superior, publicando 19% mais artigos em periódicos e 34% mais em anais de conferências. Além disso, eles mostraram-se menos propensos a colaborar com colegas fora dos seus laboratórios ou a preparar propostas de financiamento — ambas as atividades são fundamentais para o desenvolvimento das suas carreiras acadêmicas.

Os autores do estudo, publicado na revista Research Policy, destacam que os dados evidenciam os desafios enfrentados por pós-doutorados internacionais, que representam 57% da força de trabalho em ciência, tecnologia, engenharia e matemática nos EUA. A disparidade salarial e a escassez de apoio podem impactar não apenas os indivíduos, mas também a inovação e a diversidade nas pesquisas, criando um ambiente menos colaborativo.

Essas descobertas sublinham a urgência de políticas que garantam um ambiente de trabalho equitativo para todos os pesquisadores, independentemente da sua origem ou status migratório. É crucial que as instituições de ensino superior reconheçam a importância de promover a inclusão e o suporte aos pós-doutorados internacionais.

 

A construção de um sistema que valorize a diversidade no ambiente acadêmico não só beneficiará os pesquisadores, mas também enriquecerá a cultura científica como um todo, estimulando a troca de ideias e experiências. As instituições devem agir de forma proativa para garantir que todos os académicos tenham acesso a recursos, oportunidades e a um ambiente de trabalho que valorize a sua contribuição.

 

Além disso, é fundamental que as universidades e centros de pesquisa considerem a criação de programas específicos de mentoria e redes de apoio para pós-doutorados internacionais. Essas iniciativas poderiam ajudar a fortalecer laços entre os pesquisadores e a comunidade acadêmica local, promovendo um ambiente mais inclusivo e colaborativo. O reconhecimento das contribuições valiosas dos pós-doutorados internacionais é um passo importante para garantir que a ciência continue a prosperar num mundo cada vez mais globalizado.