Cientistas continuam a avançar na busca por uma cura para o HIV, com um recente caso de sucesso em um paciente na Alemanha reacendendo as esperanças. Em julho de 2024, foi anunciado que um homem de 60 anos, que recebeu um transplante de células-tronco, está livre do vírus há quase seis anos. Este é o sétimo caso documentado de uma pessoa “curada” do HIV, um feito que, apesar de notável, ainda está longe de se tornar uma solução acessível para todos.
Desde 2008, quando o primeiro caso de eliminação do HIV por transplante de células-tronco foi registrado, essa abordagem tem sido vista como eficaz, mas impraticável em larga escala. O procedimento é invasivo e arriscado, sendo viável apenas para pacientes que necessitam do transplante devido a cânceres. “Nunca sequer consideraríamos isso para alguém saudável”, comenta Sharon Lewin, diretora do Peter Doherty Institute for Infection and Immunity, na Austrália.
Enquanto isso, a terapia antirretroviral (TARV) continua sendo o padrão no tratamento do HIV, controlando o vírus e reduzindo drasticamente o risco de transmissão. No entanto, muitos pacientes ainda anseiam por soluções de longo prazo, dispostos a arriscar efeitos adversos para uma cura definitiva.
Pesquisas estão em andamento para desenvolver terapias genéticas focadas no CCR5, uma proteína que o HIV utiliza para infectar células, e para abordar o reservatório latente do vírus, um desafio persistente que impede a erradicação total do HIV.
Embora a cura definitiva ainda esteja distante, avanços significativos foram feitos no tratamento de longo prazo. Nos últimos anos, medicamentos injetáveis como cabotegravir e lenacapavir, aprovados para uso em vários países, oferecem uma opção de tratamento menos frequente, sendo administrados a cada dois meses ou até a cada seis meses.
Além do tratamento, a prevenção do HIV tem avançado com o uso de profilaxia pré-exposição (PrEP). Recentemente, lenacapavir também demonstrou ser eficaz na prevenção de novas infecções, oferecendo uma nova esperança na luta contra o HIV.
Apesar dos progressos, o desenvolvimento de uma vacina eficaz continua sendo um desafio complexo. Pesquisadores ainda enfrentam dificuldades para neutralizar as múltiplas cepas do HIV, mas estudos recentes mostram que estamos avançando, mesmo que lentamente, em direção a esse objetivo.
Fontes: Nature (https://doi.org/10.1038/d41586-024-02840-5)