Em 18 de julho de 1918, a contraofensiva franco-americana na Batalha de Aisne-Marne, no norte da França, fez com que as forças alemãs recuassem, mas resultou em mais de 1.000 soldados americanos desaparecidos. Entre os restos encontrados por arqueólogos franceses, os restos do soldado Charles McAllister levaram duas décadas para serem identificados.
Em 2004, os restos de McAllister e do soldado Francis Lupo foram enviados para o Laboratório Central de Identificação (CIL) dos EUA, no Havaí. Lupo foi identificado e sepultado com honras militares em 2006. No entanto, a identificação de McAllister, apelidado de CIL 2004-101-I-02, parecia impossível na época.
Como arqueólogo forense, comecei a analisar as evidências associadas. A identificação parecia desafiadora, mas reabri o caso 14 anos depois, à medida que novas informações se tornavam disponíveis. Utilizando dados sobre a data e local da morte, pertences encontrados e características biológicas, procurei restringir a lista de possíveis soldados desaparecidos.
Os principais indícios foram dois botões no uniforme, um com “WA” e outro com “2 D”, indicando que McAllister era membro da Guarda Nacional do Estado de Washington, 2º Regimento, Companhia D. Também havia uma medalha pela campanha de 1916 contra o México. A partir desses dados, reduzi a lista a quatro homens.
A biometria e a análise dentária foram usadas para confirmar a identidade. Charles McAllister foi o único que correspondeu às medidas e ao padrão dentário encontrados. A identificação foi reforçada por testes de DNA mitocondrial com um membro da família e, posteriormente, com DNA nuclear.
Finalmente, Charles McAllister será enterrado com honras militares em sua cidade natal, Seattle, no dia 21 de agosto. Este trabalho científico permitiu que o soldado fosse corretamente homenageado após décadas de incerteza.