Doença respiratória silenciosa afecta mais adultos e idosos, revela estudo

 

Uma condição pulmonar chamada bronquiectasia está a tornar-se cada vez mais comum entre adultos, sobretudo entre os idosos, mas continua a ser pouco conhecida pela população. De acordo com um estudo publicado pela revista médica norte-americana JAMA (Journal of the American Medical Association), essa doença afecta centenas de milhares de pessoas e pode ter um forte impacto na saúde e na qualidade de vida se não for tratada a tempo.

A bronquiectasia ocorre quando os brônquios — tubos que levam o ar até aos pulmões — ficam dilatados e danificados, o que favorece o acúmulo de muco e facilita o aparecimento de infecções. Os principais sintomas são tosse persistente, catarro constante, dificuldade respiratória, fadiga e, por vezes, febres recorrentes.

O estudo indica que nos Estados Unidos mais de 500 mil pessoas vivem com a doença, sendo mais comum em mulheres e em pessoas com mais de 60 anos. Em idosos com 75 anos ou mais, a taxa chega a 812 casos por 100 mil habitantes, o que mostra que a condição está longe de ser rara nessa faixa etária.

Várias causas podem estar por trás da bronquiectasia: infecções respiratórias anteriores, como a pneumonia ou a tuberculose, doenças auto-imunes (como a artrite reumatóide), problemas de imunidade, exposição prolongada à poluição ou doenças como a asma e a bronquite crónica. Em quase 4 em cada 10 casos, porém, os médicos não conseguem encontrar uma causa específica.

O diagnóstico é feito através de exames de imagem como a tomografia computadorizada do tórax, que permite ver a dilatação dos brônquios. Também se realizam análises ao escarro e testes de função pulmonar, que ajudam a confirmar o diagnóstico e indicar o melhor tratamento.

O tratamento da bronquiectasia não é igual para todos os doentes, mas costuma incluir:

  • Técnicas de fisioterapia respiratória para ajudar a expulsar o muco dos pulmões;
  • Nebulizações com soro fisiológico;
  • Uso de medicamentos inalados e, quando necessário, antibióticos;
  • Em casos graves, pode ser indicado transplante pulmonar.

Com o acompanhamento médico adequado, muitas pessoas conseguem controlar os sintomas e ter uma vida normal. O importante é reconhecer os sinais da doença cedo e procurar ajuda.